quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

 

Sporting: Brunalgas

Bom dia rapaziada,


Então mais um empate né?

Jogamos muito, ou como diria o outro "Os adversários têm que dar mais luta".

Parece, hoje em dia, que mantemos uma enorme incapacidade de nos livrarmos do passado, tal é o foco naquilo que os antigos fizeram.

Temos uma equipa completamente descaracterizada, onde existem jogadores que jogam por decreto (oi Gudelj, larga o Angry Birds), onde o treinador decide derrotar-se quando retira elementos do meio campo para atirar bolas para a área.

Onde as bolas que chegam à área encontram:

1) Um avançado completamente estoirado que baixa a cabeça quando a bola está a 2 metros;

2) Outro avançado, que poderia chamar-se Luís Filipe, mas complica tanto que até o nome é estranho.

Temos um pudor tão grande a reclamar por um jogo mais limpo que aceitamos constantes atropelos por parte das equipas adversárias e continuamos, impávidos e serenos, a aceitar isso como parte do jogo.

Somos um verdadeiro reflexo da nossa sociedade, 10 gentlemen , urbanos, civilizados e de verniz composto e um Brunalgas, que marca e assiste, como se a sua vida (neste caso, uma transferência rápida e eficaz para um "qualquer" clube de Inglaterra, quiçá equipando de amarelo e com vários Portugueses no plantel) dependesse disso.

Até nos nomes inconseguimos em fugir do passado.

Picareta Oceano

PS: Apetece cada vez menos ir a Alvalade e cada vez mais ir ao João Rocha. Mesmo que tenha que ver o Saraiva. Nikcevic é um Deus.






Foto retirada do blog Tasca do Cherba.


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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

 

Saudades terei

Saudades terei

Saudades terei,
Saudades terei,
deste bom futebol que adorei,
Oliver e Adrián,
perfume espanhol,
que custou um carcanhol.

Pelo campo passearam,
perfume espalharam,
Conceição duvidou,
os olhos arregalou.

Marega no banco,
olhando num pranto,
ei eles não se lesionaram,
tentando uma receção,
que estranho é,
este Porto do Conceição.




 


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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

 

Bailinho da Madeira feat pauliteiros de Mirandela

Um jogo amado pelo povo, um jogo de massas na sua essência não muda, tudo é condimento o golo o passe e a faca na boca.


Passem-me a era da estratégia nos tomates e passem-me os modelos de jogo no rego, uma estratégia antiga, tão antiga como o cagar que resultou ontem, resulta hoje, e vai resultar amanhã!


Conclusão? O Futebol em constante mudança é uma falácia moderna.


Enquanto lá fora procuram o progresso, nós puritanos, continuamos agarrados à nossa essência e à essência do jogo!! Ah, Viriato do caralho! Fodam-se vocês mais o futebol moderno!







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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

 

Sporting: Invernias pré-primaveris

Bom dia Picaretas,


Este inverno tem sido pautado pelas típicas flutuações térmicas de quem vive o auge das alterações climáticas.


Está calor demais para ser Inverno como sempre o conhecemos e ainda não temos as Andorinhas a cantar, anunciando a Primavera.

É, por isso, uma grande confusão, ninguém sabe que roupa vestir, se deve ficar feliz pelo calor ou triste pelo excesso de lenha que comprou para queimar na lareira.

Assim é o Sporting, claramente confuso, sem eira nem beira, perdido entre uma ideia de jogo e a dispensa de jogadores importantes para um modelo de jogo que não está a usar mas que gostava. Confuso? Tal como esta época. Tal como eu.

A 2ª mão no La Ceramica foi uma... como dizer.... uma valente merda.

Usámos o mesmo esquema táctico que nos garantiu uma robusta vitória contra o Braga, mas com, intérpretes diferentes.

E como já provámos anteriormente, no artigo Axioma Picareta, quando deixas as coisas ao acaso, é a valia dos jogadores que faz a diferença.

Aí, a qualidade dos jogadores da equipa que se encontra no 19º lugar da Liga Espanhola faz toda a diferença, poder pegar num ainda maravilhoso Santi Cazorla e mudar a face do jogo todo para dinamitar a pobre organização defensiva do Sporting é um luxo que poucos podem ter.

Verdade seja dita que também poderíamos ter um luxo semelhante, bastava Keizer ter puxado dos dois ases que tínhamos no banco, de seus nomes Montero e Nani... oh wait, nevermind.

Estamos confusos, como o tempo, perdidos numa aposta de baixo de custo com ideias de grande, ou numa aposta em grande mas com ideias pequenas, ainda não sei bem.

A perda de qualidade por parte do Sporting é evidente, e cada vez tenho menos  vontade de ver o Sporting, um Sporting que não valoriza a qualidade, a quem interessa o número de jogadores e não o mérito dos mesmos.

Estamos em pleno Inverno Pré-primaveril, outra vez. 

É tudo muito confuso.


Picareta Oceano
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

 

O Direito Divino a Ganhar

Numa animada sessão de mines e tremoços no outro dia, entre um balde de massa acartado e uma parede mal assente, desafiava-me um caríssimo co-picareta a fazer uma análise aprofundada à camada mais superficial do que a mudança do Vitalismo para o Entusilajo havia representado para os seguidores da Igreja Gloriosa do Reino de Eusébio (para os vieiristas refiro-me aquilo que eles conhecem como Vieristão).

Parecendo que há muito a dizer, a verdade é que não há ainda muito que se diga. No Benfica, não parecendo, estar em crise é estar em segundo e não depender de nós para passar para primeiro. Não importa se se está a um ponto do primeiro ou a dez. Não importa quem é o primeiro. Estar em segundo e não depender é o verdadeiro estado de crise. Daí que o verdadeiro teste a qualquer treinador do Benfica não seja colocar o plantel a jogar à bola. O plantel já é um dos dois melhores em Portugal, se não o melhor, e só precisa é de alguém que ajude a qualidade a vir ao de cima.

Ao contrário do seu antecessor, Bruno Lage tem conseguido tal feito. Tem-no conseguido de uma forma que até faz com que pareçam úteis jogadores que são técnica e tacticamente dignos de figurar numa lista que inclua Bossio, Tahar, Leónidas e Pringle. Se estão a pensar que lista poderá ser essa, posso ir adiantando que não é a lista dos melhores da década de 90... Só que isso são os serviços mínimos. No Benfica, isso de se criar uma forma de jogar em que se treina e em que nos jogos se vê que há treino; isso de apostar em jogadores que conhecem as movimentações dos colegas; isso de dotar os jogadores da capacidade de explorarem pontos fracos do adversário; isso de achar que ganhar por 3-0 ou por 10-0 para o campeonato são coisas diferentes; isso de achar que ganhar por 3-0 ou por 3-1 não é a mesma coisa, tudo isso são os serviços mínimos. Portanto na melhor das hipóteses, até ao momento Bruno Lage o que conseguiu foi cumprir os serviços mínimos.

Não serve isto de forma alguma para desvalorizar o seu trabalho. Lembremos que o seu antecessor não só era manifestamente incapaz de cumprir esses serviços mínimos, como tinha conseguido a proeza de colocar o Benfica a jogar de uma forma em que se defendia um golito de vantagem, se oferecia iniciativa ao adversário e em que o empate era um mal menor. Um Benfica que jogava um futebol de solteiros e casados, e em que até os melhores jogadores pareciam ser dignos da supra-sugerida lista.

O mérito de Bruno Lage passa por ter devolvido aos Benfiquistas uma coisa que parecia perdida. Não sei como se chama. Será confiança? De facto, neste momento damo-nos ao luxo de criticar o Ferro por se ter expulso, porque acreditamos que ou o Vlachodimos defenderia um remate do avançado do Aves, ou mesmo que  este marcasse, isso só serviria para espevitar o Benfica a ir procurar o quarto e o quinto golos. Lembro que há dois meses era certinho que um golo sofrido seria uma machadada na confiança, dos adeptos aos jogadores, e uma dose renovada de crença para o adversário. Será a esperança? Devo dizer que desde aquele ano do rolo compressor que foi ao Dragão jogar com um misto de menos utilizados e jogadores da B para disputar já nem sei se uma meia final da Taça ou um jornada do campeonato que já só contava para o totobola, que não sentia tanta esperança numa equipa que me desse títulos.

E chegados à fala sobre o jogo do Dragão, será nesse jogo que se poderá fazer uma devida e final avaliação daquilo que Lage trouxe à equipa. Não falo do resultado final. Aqui digo que, mesmo sem factores frutescos, falando apenas do que importa, o jogo jogado, a minha suspeita é que o jogo de pressão alta e posse controlada que o Benfica tem colocado no relvado será insuficiente para o choque físico e bola longa do Futebol Clube do Porto. Acredito que o Benfica perderá o jogo do Dragão e que a grande prova, o que fará desse jogo o exame final de Lage, aos meus olhos pelo menos, será se o Benfica perde o jogo e sai vencido, ou se perde só o jogo. É que a história diz-nos que um Benfica que vai ao Dragão jogar como o fez em Alvalade, até pode perder aquele jogo, mas estará sempre mais perto de ganhar o campeonato. Essa é a verdadeira exigência a Lage: um Benfica que entra em qualquer Estádio com a certeza que tem o direito divino de lá ganhar e que só lhe falta concretizar esse direito. Mesmo que às vezes a injustiça dos Homens lho sonegue. É que só pode treinar o Benfica quem compreender que "o direito divino a ganhar" de que se queixava um treinador de má memória não é um defeito da massa adepta. Tem de ser a cultura do clube.
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

 

Tesão Coletiva de Mijo

“Keizer foi uma aposta de risco para 99% das pessoas mas, para mim, não foi risco nenhum. Sou uma pessoa atenta ao futebol e, por isso, reparei em Marcel Keizer. Graças às conversas que tive, como as equipas dele jogavam, como ele lidera o grupo, a forma de ser, é uma pessoa muito inteligente. Como conhecemos pessoas em comum, tive a oportunidade de o conhecer melhor. Tinha todos os ingredientes para ser uma boa aposta. O Keizer entrou numa estrutura completamente preparada para o receber.”

Futebol? Fácil, muito fácil.
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

 

Porto: Axioma Picareta confirmado

Bom dia estimados Binya´s,


Na terça feira passada perdi 2 horas da minha vida para observar o Rival-mas-não-muito-porque-não-somos-competitivos do Sporting contra a Roma.

Foi, na realidade, um tempo bem empregue na medida em que o jogo foi uma porcaria tão grande que confirmou uma das minhas muitas teorias sobre o futebol.

Quase todas elas estão erradas, ou não fosse eu um trabalhador das obras, mas esta, esta muito em particular, está totalmente correcta.

Observando o 11 titular do Porto:

Casillas

Telles
Filipe
Pepe
Militão 

Brahimi
Herrera
Danilo
Octávio

Fernando Andrade
Soares 

Observamos o notável número de 7 picaretas em 11 jogadores e uma picareta ainda maior como treinador, o Monsenhor Conceição, ou Ceiçoum, como diz o confrade escriba Picareta Marega.

Observando o 11 titular da Roma:

Mirante

Florenzi
Manolas
Fazio
Kolarov

Cristante
De Rossi
Pellegrini

Zaniolo
Dzeko
Shaarawy

Damos nota de 5 picaretas nos mesmos 11 jogadores e uma picareta ainda maior como treinador, o Monsenhor Francisco com "E", ou ceppi di merdia, como dizem os adeptos da Roma.

O que é que retiramos, então, de axiomático num jogo tão absolutamente miserável como este?

Atentai ao seguinte enunciado:


Num jogo onde os treinadores são uma porcaria, ganha quem tem menos picaretas.


Desafio-vos a refutar esta hipótese, meus caros.





PS: Nunca uma publicidade duma camisola explicou tanto.



Picareta Oceano
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

 

Em noite de Champions, mais uma vez vinho rasca

Em noite de gala, noite para vestir o melhor "fato", noite para beber o melhor vinho, mais uma vez "bebemos" vinho rasca, tal como já referiu por mais do que uma vez ceição, quem quer ver espetáculo que vá à ópera. Mais uma promessa cumprida para o treinador do Porto. Jogo horrível com bola por parte do Porto, a não existir ligação entre os centrais e o meio campo, sendo os chutões recorrentes e, por norma, isso significou bola para a Roma. Sem bola, o Porto esteve bem, a condicionar a fase de construção dos romanos e a permitir pouco espaço entre linhas, o que tornou o jogo de hoje numa "batalha" entre os as duas equipas, banais diga-se de passagem, destoando apenas a equipa de arbitragem, que esteve muito bem.
Do lado da Roma, Dzeko mostrou que ainda mantém intactas as qualidades pelas quais o tornam um avançado de topo mundial, Zaniolo evidenciou-se pela sua capacidade de resistir à pressão e manter a bola jogável para a sua equipa e di Francesco demonstrou que não tem "mãozinhas" para este Ferrari, fazendo-me lembrar o saudoso Chiclas (que fique pelas Arábias a converter os mouros ao seu paleio).
A pior notícia da noite, para além de ficarmos privados da magia de Oliver nesta partida, foi a lesão de Brahimi, claramente um jogador diferenciado e o melhor da equipa. Sem o criativo da equipa, isto pode significar problemas maiores para ceição, que, conhecendo-o relativamente bem, irá levar à titularidade de Fernando Andrade ou de Otávio, descaindo Corona para a esquerda.
De resto, Adrián, és o maior pá! 

P.S Soares, vai pó caralho!
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domingo, 10 de fevereiro de 2019

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

 

Análise do Fiscal das Obras

Peço desculpa o atraso mas ao rever o derby de domingo( como benfiquista soube bem) acabei por me deparar no 2º golo do Benfica com alguns pormenores interessantes.

Uma das melhorias de Lage( e que já foi escrita aqui pelo pedreiro residente do Benfica) foi a melhoria na transição defensiva. Seja porque decidiu implementar um duplo pivot de Gabriel e Samaris que raramente sobem no terreno e ficam em cobertura, e que são muito intensos e agressivos. Seja porque em pequenos ajustes( que o Benfica de RV tinha mas que acabou por perder com a descida de forma de Fejsa) a equipa melhorou e ficou mais segura. Esses ajustes estão no vídeo e mais algumas coisas que achei relevante. Espero que gostem.

PS: Obrigado ao pedreiro Avô Kantiflas que me ajudou e muito no vídeo. E peço desculpa pela música, sei que preferiam ouvir gajos alemães a falar e os adeptos a assobiar, mas depois fodem o vídeo por causa dos direitos. Malta das televisões é assim, fdgp.







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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

 

O Football Manager dos Bananinhas

Começo este post com uma simples e breve elegia sem profanidade alguma:

Keizer, meu querido Keizer

Prometeste tanto e com encanto

Ao mínimo toque te renegaste

E o Keizerball perdeste


A varanda treme

Incapaz de suster

O peso dos bananas

Que deixaram o mundo em pantanas


Keizerfall se chama agora

O futebol dos bananinhas

Impávidos e serenos

Retornam aos primórdios


Ignorando a clara insuficiência poética, creio que é claro para todos o grande flop que o Sporting tem sido este ano a todos os niveis. Se pensarmos bem, não é uma novidade dado o historial do clube mas certamente será uma tristeza saber que voltou a um estado que pensava-se morto e enterrado desde 2013. Um golpe de estado que prometia muito e nada mudou, um scouting que prometia muito e nada mudou, uma presidência que prometia muito e nada mudou, enfim o novo Sporting que prometia muito e nada mudou.

Nem com o super duper maléfico e lunático anterior presidente o Sporting chegou a estar a 11 pontos do primeiro e arredado quase por completo da luta pela Liga dos Campeões tão cedo numa época. Nem com orçamentos a roçar os 30M enquanto os rivais gladiavam-se por volta dos 90 a 100M.

A dissonância cognitiva é fodida mas eventualmente desvanece-se, deixando as pessoas nuas e desprovidas das suas ideias. Este Sporting é nada e nada será se continuar assim.

Futebol muito mau, a roçar a mediocridade de Peseiro mas LONGE do mau futebol de Jorge Jesus ou Marco Silva. Keizer literalmente renegou todas as suas boas ideias, que já foram identificadas aqui noutros posts, para meter a equipa a jogar ao nível da Segunda Liga.. não sei se por opção técnica ou diretivas superiores mas o treinador holandês a destruir por completo toda a aura que tinha granjeado durante os primeiros jogos.

Contratações no mercado a roçar o sobrenatural, gastando dinheiro em opções de reserva, enquanto lacunas identificadas como um lateral direito e um extremo esquerdo nada se fez. Contratou-se um traidor  - que disse que ficava sem jogar no clube durante dois anos para forçar uma saída - por 2.5M para ser 4ª opção para central, 3M num jovem médio defensivo com algum potencial quando já existiam 3 jogadores no plantel para essa posição, ou um novo lateral esquerdo quando ainda nem vendemos o titular nem garantia temos. A aliar a isso, Keizer insiste em jogar sempre com os mesmos, o que só mostra que recebeu picaretas no mercado de inverno. Será que vale a pena falar em Miguel Luís, encostado às boxes há vários jogos porque - alegadamente - recusa-se a ser agenciado por Jorge Mendes? Que aconteceu com Jovane? E Geraldes retornou do empréstimo porque gosta muito de Lisboa?

Enfim, os bananas só tem aquilo que merecem, isto é, uma taça da liga ganha a jogar como uma equipa pequena e com a benção dos deuses.

"É preciso um Sporting forte no futebol português."

"O Sporting agora já não é mais um alvo de chacota."

Rejoice.


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Crónicas de uma estupidez anunciada

Este post tem pouco de análise ao jogo de domingo, mais concretamente ao Vitória-Porto (escrevo Vitória para não irritar os nossos estimados leitores vitorianos), mas sim de uma espécie de rant acerca de algumas decisões que me irritaram nesse jogo. Estas decisões partem naturalmente da figura do treina-a-dor do Porto, Sérgio Conceiçom (assim mesmo). Para não vos maçar com uma escrita mais pormenorizada (quero dizer profana) sobre o jogo do passado domingo, vou direto ao assunto:
Foi um jogo de merda, com 3 equipas de merda e em que para a Sport TV, o melhor em campo foi um caceteiro que fartou-se de dar pau por onde passava, um tal de Wakaso, se não estou em erro. Na verdade, mais uma vez, o melhor em campo foi Óliver Torres, que, pela estupidez do seu treinador, joga numa posição recuada tendo em conta a sua valia como jogador. Um 10 a jogar a 6, podia ser positivo, no entanto, para Conceiçom, Óliver é útil basicamente como recuperador de bolas e lançador de bolas longas para os trolhas da frente, estilo quarterback. Oh Ceiçaum, vai para o caralho! Mas não foi essa a pior decisão para mim. A pior, espantem-se, foi a substituição do mago da equipa, Brahimi aos 60 e tal minutos de jogo para a entrada de Otávio, bom jogador, mas que fica aquém comparado com o argelino. Ao que parece, a exibição de Brahimi não foi convincente o suficiente para que se mantivesse em campo mais tempo, não obstante ser o único da equipa (não esquecer Óliver) capaz de fugir do marasmo de ideias ofensivas através do seu virtuosismo. Acusam-lhe de se agarrar demasiado à bola, a esses eu mando-os para o caralho, pois sem linhas de passe a quem caralho é que ele vai passar a redondinha?
Não obstante, o Porto podia ter ganho o jogo com relativa facilidade, por um lado devido à pobreza de ideias e de organização coletiva da equipa de Luís Castro (desilusão), por outro, devido à criação de oportunidades claras de golo que só não o foram devido ao filho da puta do Marega (ei! linguagem própria de um estaleiro, não quero destoar).
Um exemplo que resume a obsessão deste Porto pela profundidade e por Marega é o lance em que os atacantes do Porto estão em superioridade numérica 3x2 para os defesas do vitória e Corona, em vez de procurar fixar o defesa para libertar o colega, passou a bola quase imediatamente para a corrida de Moussa, o que resultou num rotundo NADA!
Obrigado Ceiçaum.
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

 

Desafio dos 25 anos: Sporting - Benfica em Alvalade

O Dérbi Eterno é fonte inesgotável de lendas do futebol. Desde a lenda de que ganha quem está pior até jogos memoráveis em si, já provocou despedimentos por não renovação, humilhações sem títulos, e até a procura de brincos no relvado. São jogos em que, como diria Gabriel Alves, as equipas não jogam nem bem nem mal, antes pelo contrário. De entre as muitas frases de Gabriel Alves que lhe granjearam fama imortal, há uma que todo e qualquer Benfiquista e Sportinguista conhece e à qual reage com sentimentos ajustados à cor da camisola que defendia naquela cinzenta tarde de Maio num dos mais apaixonados Dérbis Eternos de que há memória. "Erro táctico de Carlos Queiroz".


Serve esta introdução para lançar um comentário em jeito de Desafio dos 25 anos. Tal como há 25 anos o Benfica segue na frente do Sporting. Tal como há 25 anos o Benfica vai para o intervalo a ganhar pela margem mínima. E tal como há 25 anos o treinador do Sporting aproveita o intervalo para fazer ajustes na equipa que em vez de equilibrarem a equipa, desequilibram e a afastam irremediavelmente do sucesso. Não sei se alguém em Alvalade explicou que um jogo entre Benfica e Sporting é uma espécie de Ajax-Feyenoord mas muito mais importante, que faz parar muito mais casas no Mundo, que estraga mais relações entre familiares e amigos. Seria bom, para os Sportinguistas, que alguém tenha avisado Keizer na véspera de três confrontos em curto espaço de tempo. É que saber isso poderia evitar que a imagem que fica do Keizerball seja a de tirar Nani, o único jogador que faz qualquer coisa semelhante a desequilibrar o adversário, para colocar um Diaby da vida. Enquanto Benfiquista agradecido, enquanto adepto de futebol, nem por isso. Como há 25 anos, erro táctico do treinador do Sporting.

Só que nem só de erros tácticos se fez este Dérbi. Como há 25 anos, este Dérbi vem na sequência de um Verão Quente. Provavelmente devido ao Aquecimento Global e ao alargamento das zonas tropicais, o calor estival mudou-se para o lado Norte da Segunda Circular e foi o Sporting que teve direito a experimentar o calor de jogadores em debandada. Há 25 anos o Presidente do Benfica, para evitar uma sangria na equipa fez o possível e o impossível por segurar um tal de João Vieira Pinto. O Presidente do Sporting na altura, ressabiado, haveria, nas vésperas do Dérbi, de o chamar de mercenário. A resposta foram 3 golos (2 deles de antologia), 2 assistências (aquele abrir de pernas...) e uma exibição em que sozinho estraçalhou toda a equipa verde e branca. 25 anos depois, como que a elogiar essa tarde de Maio, Bruno Lage não deixou Félix ficar no banco. E se o hat-trick lhe foi negado (primeiro pelo VAR depois por azelhice sua), não menos ficou ligado à história do jogo. A sua capacidade com e sem bola foram profundamente desequilibradoras para uma equipa do Sporting que não sabia o que fazer com ele. E porque não dizê-lo, com ela. Há jogadores que jogam bem, jogadores que fazem os outros jogar bem e depois há os que só por estarem em campo fazem a equipa jogar melhor. JVP era um deles. Félix parece estar a ir pelo mesmo caminho. E Nani será o jogador do Sporting mais perto desse estatuto.

Noutros aspectos no entanto o mais recente Dérbi para o Campeonato não tem paralelo no de há 25 anos. Tal como o Verão Quente se mudou para Alvalade, também a descrença em vésperas desse jogo se mudou. Exepção feita a Nani, nunca ninguém do Sporting pareceu acreditar realmente que o Sporting podia discutir o jogo com um Benfica que redescobria o que é ter um treinador. Incapazes de sair a jogar, quer pelo chão quer pelo ar, os jogadores do Sporting pareciam desde cedo conformados que a questão do dia não era 'qual o resultado' mas sim 'por quantos'. No fundo, os jogadores do Sporting eram os adeptos do Benfica em campo. Adormecidos que estamos de anos a fio do mais entorpecedor Vitalismo, demos por nós a meio do jogo a pensar no bonito que é assumir o jogo frente a um rival, não defender magras vantagens de um golo e, melhor ainda, não ficar à espera que um Bryan da vida abate um satélite coreano. Dei por mim, confesso, a dada altura a ter medo de uma recuperação sportinguista épica, tal a descrença ainda enraizada. Olhar para Lage e algumas opções não dá tranquilidade. Ao menos a equipa já procura defender e recuparar a bola no meio campo adversário. Para vice campeão português basta. Para mais, veremos...

Porque o Benfica tem pontos fracos que os adversários podem explorar. Aquela ala direita com Pizzi e Almeida, apoiados ao meio por Samaris ficou com as suas capacidades bem ilustradas no lance do primeiro golo do Sporting. Jardel passou o jogo mais em sofrimento do que outra coisa. E não fosse por a motivação ser uma coisa estranha, isto poderia ser a crónica de uma outra coisa. Quanto mais os minutos passavam, mais os jogadores do Benfica acreditavam. Se, ao contrário de há 25 anos, o Benfica chegava a Alvalade a acreditar num bom resultado, essa motivação foi crescendo à medida que as coisas iam saíndo bem. Há 25 anos um João pegou no colectivo e este cresceu às custas do individual. Desta feita um colectivo fez de um João a figura maior de um jogo. Já o Sporting, a cada novo golpe faltou sempre alguém que desse um grito de inconformismo e pegasse na equipa. E por golpe aqui entenda-se cada bola perdida e cada jogada adversária. Eu sei o que os Sportinguistas sentiam. Ainda há menos de quatro meses em Munique passei por isso! Mesmo com menos um jogador e já com Cervi e Sálvio em campo o Benfica nunca pareceu perto de perder. Se calhar até pareceu perto de aumentar a vantagem, pese o lastro Argentino.

É prematuro e limitado falar de Lageball, quando tudo o que o treinador do Benfica fez até ao momento foi ensinar a equipa a reagir à perda e meter aquele diamante em forma de João num lugar que cada vez se percebe menos porque não é dele desde o início. Só que do outro lado está uma coisa que já não é bem Keizerball. Pode-se até queixar de alguma xenofobia nos mimos que recebe de uma certa imprensa e blogs da especialidade, mas a menos que esses o tenham obrigado a abdicar das suas ideias e de Nani ao intervalo, tudo o resto é culpa própria.

Já disse que como há 25 anos o Benfica ganhou ao Sporting, em casa deste, pelo dobro dos golos sofridos? Ah, e para quem acha que a culpa é do estrangeiro, tal como há 25 anos Sousa Cintra teve dedo na formação da equipa. Aquele presidente do mercenário? Ora pois...

+

+ João Félix. Fez relembrar João Vieira Pinto sem nunca andar perto do que foi a masterclass de há 25 anos. Poderia ter feito um hat-trick mas o VAR (bem) primeiro e a sua azelhice depois impediram isso. Nunca o Sporting encontrou maneira de o anular. E quando encontraram, ele arranjou outras formas de desequilibrar. Como diria Gabriel Alves, joga bem com bola, sem bola e vice-versa.

+ Seferovic. Sempre dissemos aqui no Estaleiro que tinha tudo para vingar.
...
...
O caralho é que dissemos! Está feito um jogador, aparecendo atrás a querer construir, a dar linhas de passe e a falhar golos cantados de uma forma que nos relembra que apesar do nome balcânico vem de um País historicamente neutro que prima pela descrição. Que é como quem diz, nada de marcar tudo o que a equipa dá senão isto é goleada atrás de goleada e isso é coisa para criar animosidade.

+ Marcel Keizer. Terá, nas eliminatórias da Taça oportunidade para limpar a má imagem. Esperemos que não limpe demasiado bem, só o benzinho suficiente para não evitar a viagem do Benfica até ao Jamor. Mas ontem foi um aliado de peso de Bruno Lage. Se as coisas até se poderiam complicar, tratou de matar o sonho do Sporting com a saída de Nani para a entrada de Diaby. O corredor direito do Benfica respirou de alívio e a equipa descansou, que é como quem diz marcou só mais dois golos e falhou uns quantos mais.


– Bruno Lage. Sabemos que é preciso gerir o plantel, mas tirar João Félix ontem é um crime de lesa-adepto. Mostrando que não está preocupado com ser um homem respeitado, não acabou o jogo sem, do lote de disponíveis no banco (Jota e Krovinovic por exemplo), eleger Sálvio como o jogador para entrar na fase de (ainda) maior bombardeamento do Sporting. O Benfica ganha em Alvalade mas só por culpa do treinador do Benfica é que acabou com menos dois em campo.

– Jardel. Estava aqui a tentar lembrar-me de quem esteve mal na equipa do Benfica. Como não me lembro de ninguém vou primeiro por um ódio de estimação. Se não encontram nenhum problema vejam a segunda parte. De certeza que em alguma altura foi ultrapassado por um jogador do Sporting. Ou então era a relva, sei lá eu!

– Samaris. Eu sei que com o Lage até parece um gajo mediano, mas aquilo de querer fazer o que não se sabe e perder a bola para um golo que poderia ter galvanizado o Sporting não se faz. Cuidado que o Keizer não estará lá sempre para ajudar a emendar esses erros!
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Sporting - Benfica: O Elogio da mediocridade

Boa tarde leitores,


Num texto não muito longínquo, avisei da possibilidade de estarmos numa série de vitória até sermos goleados. Podem revisitar aqui.

Neste jogo com o eterno rival, para quem, nesta fase, nem perto disso nos aproximamos, repetimos todos os erros e mais alguns desde que Marcel Keizer decidiu abandonar a sua ideia inicial de jogo após a derrota em Guimarães.

Nesse contexto, temos vindo a decrescer de forma inexorável rumo à insignificância, com uma equipa completamente perdida em campo, sem um único sinal de movimento colectivo e à mercê da superior valia individual do Benfica.

Bastou a Lage, um treinador com algumas qualidades mas nada por aí além, ter desfeito o equivoco que era a equipa com Vitória ao comando, para a mesma se tornar uma máquina de jogar futebol em contexto Português.

Esperava-se uma evolução do futebol de Keizer à medida que os meses fossem passando, o que vemos é a absoluta Peseirização do Futebol do Sporting, dependente de um Bas Dost a jogar claramente lesionado, com os jogadores afastados uns dos outros, com um Keiser confuso a ponto de tirar o seu melhor jogador ao intervalo (ou pensam que o golo de Bruno Fernandes aconteceria sem o entendimento do jogo que Nani traz?) e a empilhar avançados após a expulsão do Vlachodimos.

Este época está a tornar-se um desastre, com os jogadores a parecerem muito piores do que a sua real valia e isso é uma falha do treinador, cujo trabalho é permitir que a soma das partes seja superior à aritmética qualitativa dos jogadores em campo.

Gostaria, já que isto está tudo uma merda, que o Sporting procedesse à sua Jesualdização:

- Colocar todo o talento da Academia em campo, independentemente dos resultados;

- Despachar emprestados e tratar das vendas dos jogadores que pesam mais na carteira do clube.

Para o ano, mais um ano 0, tal como deveria ter sido este ano após as rescisões, mas que alguém, com ânsias de subir socialmente na vida, achou que não deveria ser o caminho.

Somos uma equipa medíocre, com um futebol medíocre.

Assim sendo, só podemos ficar contentes pelo resultado obtido, uma espécie de humilhação que "poderia ter sido muito pior" e esse é o melhor elogio que podemos fazer a esta exibição, um elogio de uma mediocridade, de algo paupérrimo que, de tão fraco, já não surpreende nem choca, é apenas um fado que nós, adeptos apaixonados por bom futebol, estamos destinados a suportar até que algo de novo, não necessariamente melhor, nos coloque com as expectativas sobre dimensionadas novamente.

Parabéns ao grande Paulinho, não merecia que Presidente, Treinador e jogadores lhe oferecessem uma prenda destas.

Picareta Oceano

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

 

Heróis Injustiçados 4 - Lima

Poderia ser alcunha, de tão refrescante que era para um atacante jogar com ele, e de tão ácido poderia ser ter de o enfrentar, mas Lima é nome pelo qual o futeluso conhece Rodrigo José Lima dos Santos. Zé dos Santos, Rodrigo Zé ou Rodrigo dos Santos não são nomes de craque. Os craques reconhecem-se por um nome. Se dizer um só nome e não sabes quem é, então o que fez não lhe mereceu o Olimpo.

 

E Lima é daqueles que era tão discreto que chegou ao Olimpo e nós nem demos bem por isso. Ao serviço de Belenenses e Braga mostrou sempre aquilo que normalmente se chamam qualidades de "jogador à Porto", daí que quando as primeiras notícias surgiram de que poderia vir para o Benfica, até face ao período que a equipa vivia, se pensou ser a típica notícia para ou inflaccionar o preço ou para dar a entender que tinha sido 'roubado' ao rival. O normal, face ao que era o tráfego normal de jogadores entre agremiações, até seria ter ido parar ao Dragão e não à Luz. Abençoada seja para todo o sempre a luzinha que brilhou na estrutura e que o trouxe para o Seixal.

Fazer um apanhado do que foi Lima é simples e complicado. É simples porque todos lembramos o quanto ele era trabalhador, a forma como prendia defesas, como descia para dar linhas de passe, como com pequenos toques ajudava a desmontar defesas. E é complicado porque queremos falar de um momento e não sabemos qual escolher. Passeando pela blogosfera, na semana em que ele se retirou da vida de jogador profissional, cada adepto Benfiquista, e até uns quantos a quem falta esse bom gosto, se lembravam de outros momentos.

Para mim, o momento Lima nem é um onde ele tenha uma participação muito activa. No fundo é um momento em que ele se limita a empurrar para o fundo da baliza de Rui Patrício uma bola muito bem trabalhada pela equipa. Para mim o momento Lima é aquele golo ao Sporting. Podia falar do bis no Dragão? Do golo ao Buffon? Podia, mas quantos golos se podem mencionar com pronome? Pois! 

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