sexta-feira, 12 de outubro de 2018

 

Em Defesa de Cristiano Ronaldo

Com o jogo da Selecção na Polónia tornou-se evidente que urge ter uma posição no que à defesa de algumas situações da vida de Cristiano Ronaldo diz respeito. É preciso compreender que dentro dos relvados é um dos grandes da história do futebol mundial. Isso nunca deve ser esquecido. Mas neste momento recomendamos-lhe para a Selecção a mesma postura que deve ter em relação a férias nos EUA: manter-se longe.

A sua presença ao longo dos anos na Selecção levaram a que se criasse uma dependência extrema que condicionava a forma de jogar da equipa. No entanto não será demais dizer que a sua lesão naquela gostosa final terá sido o primeiro passo para a ganharmos.

Digamos que até agora vivíamos um período de qualidades colectivas ao serviço do individual. Só que o corpo humano é como a lei e há limites e vontades que não se devem forçar, para não sofrermos consequência negativas. Válido para o gordo que vai à baliza às Quartas no torneio da empresa e também para um super-atleta. E um colectivo tem de se preparar para a vida para lá de um indivíduo que sozinho desequilibra as coisas a seu favor da mesma forma que um ariete força uma porta entreaberta e apertada. E é preciso que se criem situações para que o individual passe a funcionar em prol do colectivo.

Não vou aqui dissertar sobre o que Ronaldo, ou alguém em seu nome, possa ter forçado os vários seleccionadores que o orientaram a escolher, quer ao nível de jogadores, quer de tácticas, mas o que se tem retirado deste exílio de Ronaldo da Selecção é precisamente que o individual trabalha agora mais em prol do colectivo. E Portugal, apesar de uns quantos picaretas, tem jogadores de imensa qualidade que o Seleccionador tem de colocar a funcionar como um colectivo.

Esperemos que o processo continue e que o tridente de Silvas continue a fazer estragos. Ou que William e Rúben Neves continuem a dominar o meio. E que no regresso de Ronaldo (quando ele ou outra forças quiserem) seja Ronaldo a dar à Selecção o seu valor individual e não a exigir que ela lhe dê o seu colectivo.

Até o processo estar suficientemente desenvolvido, defenderemos sempre a não convocatória de Ronaldo. Depois logo se vê!
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3 comentários:

  1. Uff!!.. Fica lá com a tua verdade que nao é verdade nenhuma.
    Um contrassenso total.!!
    Ter um dos melhores jogadores da história do futebol e conseguir afirmar que ele é inecessário.
    Conseguir dizer que ganhamos o europeu porque C.Ronaldo saíu lesionado e assim facilitou a a vitória final é o mesmo que afirmar que se ele nao tivesse jogado contra a Hungria, etc.. ganhavamos igualmente.
    C.Ronaldo jogando ou nao, tem uma tremenda influencia.Está por demais evidente o seu espirito, do seu querer nesta seleccao. Nunca antes uma seleccao portuguesa falava de si mesma, com seguranca e confianca, sem medos ou receios. Hoje em dia os discursos de todos, sao bem diferentes.
    Espero eu, como portugues que seja este um dos maiores legados do C.Ronaldo para futuras seleccoes e equipas portuguesas nas competicoes europeias, para além do já dado ao futebol portugues, como futebolista, interesse público internacional e monetário.
    Viva C.Ronaldo!!..O Dom Henrique "O Navegador" do século XXI

    Abraco

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    1. O problema das Ronaldettes é que quando pensam naquele six-pack ficam logo cegas e não lêem tudo até ao fim. Ou, lendo as coisas não percebem bem o que estão a ler.

      Ninguém diz que ele é desnecessário. Ninguém diz que se ganhou o Europeu porque ele não estava lá. Na questão do Europeu, e porque isto para as Ronaldettes tem de ser tudo bem explicadinho, o que se diz é que a sua lesão terá sido o primeiro passo. Nisso faço eco do que disse, por exemplo, Ricardo Quaresma, que afirmou ter entrado com ainda mais vontade. Não será de estranhar também que, desprovido daquela que era a sua única referência, a Selecção tenha tido de encontrar uma solução colectiva para vencer a partida. Algo que seria impossível com Ronaldo em campo.

      Se calhar a caríssima Ronaldette não conheceu a Selecção de 2000, onde não havia um mas um punhado de jogadores de nível Mundial. Falamos de Baía, Fernando Couto, Paulo Sousa, Figo, Rui Costa e João Vieira Pinto, para ficar só nos inquestionáveis. Que sendo certo não se puseram em bicos dos pés, jogaram futebol colectivo que nem gente grande. E não fosse a mão mais famosa do Abel Xavier...

      Poderíamos até falar na de 2004, com os repetentes Fernando Couto, Figo e Rui Costa, e agora com Jorge Andrade, Simão, Ricardo Carvalho e Deco. Para ficar novamente só nos indiscutíveis. Uma selecção que falava melhor de si e com mais peito cheio do que os restantes portugueses a faziam. E o motivo pelo qual eu falo destas é porque me lembro das anteriores. É porque desde 2000 que estamos em todas e assumimos essa condição de ter de estar em todas. Não é por causa de Ronaldo nem por ele lá estar ou não.

      O que se nota nas Selecções de Ronaldo pós pesos pesados (leia-se Figo) é que a Selecção é a Selecção do e para o Ronaldo. É aquela conversa do colectivo ao serviço do individual. As Selecções que melhor futebol jogaram tinham em Figo ou Rui Costa ou Deco ferramentas individuais ao serviço do colectivo. Tal não se passa com o seu mais que tudo.

      E o que neste texto se deseja é que a Selecção encontre uma ferramenta colectiva para lidar com o ocaso de um jogador classificado no texto como super-atleta e um dos grandes da história do futebol mundial.

      No fundo quer-se que no regresso de Ronaldo seja [ele] a dar à Selecção o seu valor individual e não a exigir que ela lhe dê o seu colectivo.

      Afinal estava lá tudo escrito, era só ler...

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  2. Fernando pela forma que fala das "Ronaldettes" está mais que visto deve ser mais um obcecado pelo sucesso do GRANDE CR7 e ceguinho pelo Anão. Está mesmo tudo lá. E realmente eu li.

    As suspeitas sobre jogos de bastidores do próprio CR7. Realmente isto ainda eu não tinha assistido. É que se tivesse dito, pois ainda se podia dar ao livre arbitrio, pois "palavras levam-as os vento".
    O que não vale é dizer que não disse quando e aí estou de acordo consigo no seu ultimo parágrafo: "Afinal estava lá tudo escrito, era só ler..."
    Saudaçoes desportivas e perdoe o 1º parágrafo, mas foi com o pé que tinha mais à mão. ;)

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