quinta-feira, 18 de outubro de 2018

 

Heróis Injustiçados (2)


Voltamos hoje à nossa rubrica de heróis esquecidos e arrumados na gaveta (podia fazer piadas com o "socialismo" Soarista, mas o homem já se foi).

É sempre bom ter um rubrica destas, permite ocupar o espaço deixado pelo buraco negro que é a falta de qualidade futebolística em Portugal.

Nesse sentido, hoje trago-vos o grande
                                                o enorme
                                                o gigante
                                                o Insubstituível!!!!!

BETO ACOOOOSTA!!!!!


Vamos ser honestos, Acosta era uma picareta, sobreviveu num tempo em que o futebol transitava de um jogo que era, basicamente, uma súmula de individualidades, para outro onde as movimentações colectivas assumiriam o foco principal.

Era um avançado com a manha sul-americana, com um sentido de ataque às zonas de finalização temível mas... pouco mais.

Vamos analisar o seu golo mais famoso:



                        

O bom do Acosta recebe um mega passe do Secretário e atira-se para a área. Como sabia que não tinha velocidade nem técnica para ultrapassar um Jorge Costa em modo "eu mato-os a todos", decidiu atirar já dali e bater Baía.

Ou seja, este golo, para além da óbvia oferta do cepo do Secretário, configura a grande qualidade de Beto Acosta, o saber exactamente a qualidade que (não) tinha.

Mas se o Beto Acosta foi um dos grandes artífices para o título conquistado pelo Sporting, porquê herói esquecido?


Meus caros, Beto Acosta pode ter marcado aqueles golos todos e tal, mas aquilo que deverá perdurar na memória de todos é o facto de ele ter colocado um parênteses na carreira de um dos arruaceiros mais porcos, vis e nojentos da história do futebol português.

Paulinho Santos era um rapaz a quem nunca foi explicado que o futebol joga-se com um esférico, utilizando para isso as extremidades inferiores na maior parte do tempo.

Paulinho Santos foi, por isso, um elemento fulcral no estilo de jogo do Porto durante largos anos, na medida em que tudo o que era talentoso e que lhe passasse perto do raio de acção, seria inapelavelmente pontapeado, esmurrado, cuspido e outras coisas que lhe fossem permitidas.

Os duelos com João Vieira Pinto ficaram para a história e parecia que nada iria parar o bom do Paulinho Santos.

Até que, num Sporting - Porto, Paulinho Santos cuidava da sua vidinha, com socos em tudo o que mexia e o habitual jogo de intimidação que garantia vitórias.

Beto Acosta, um cidadão exemplar, decidiu interceder pelos milhões adeptos indignados e tratar do assunto.

Para verem do que falo, é ver este vídeo:




É por este momento que Beto Acosta tem o seu lugar no Olimpo. Ter ganho o campeonato é, convenhamos, secundário.

De notar que este escriba e este blog não é favorável ao recurso à violência para a resolução de conflitos futebolísticos, com as devidas excepções, como os seguintes possíveis exemplos:

- Extradição imediata de Battaglia - Argentina;
                                        Ristovski - Macedónia;
                                        Peseiro - Santarém;

Devemos por isso guardar todos um minuto do nosso tempo para agradecer ao grande Beto Acosta, retirando-o do estaleiro futebolístico e colocando-o nos píncaros por actos de heroísmo altruísta.

Quanto a Paulinho Santos, que seja um exemplo de uma era picareta que não tem lugar no futebol dos nossos dias (aqui estou a gozar, têm visto os grandes a "jogar"?).
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