sexta-feira, 5 de junho de 2020

 

Nem tudo foi mau no desconfinamento.

Acordo hoje de manhã, depois daquela serenata ontem no relvado da Luz, e vejo em meu redor a indignação com o empate com o Tondela. Pela parte que me toca, acho toda esta indignação inexplicável. Pode ser de ter visto praticamente só metade do jogo, mas olho para o jogo de ontem e vejo só aspectos positivos.

Para começar, deu para ver que a equipa não está pior do que quando nos confinámos todos. É agradável ver que a equipa de ontem não jogou pior do que o fez frente ao Setúbal. Jogou uma merda contra o Setúbal? Sim, mas eu também não disse que jogaram bem ontem! Só porque a equipa nessa altura ia piorando a cada jogo, conseguir estabilizar finalmente as exibições tem de ser um aspecto positivo. Podem até os mais cínicos dizer que fazer pior era difícil, mas, como todos sabem, o fantasma do #sefossefacil paira por ali e eu pela parte que me toca, não duvido nunca da capacidade da Placa de Xisto igualar Professor Bombo na arte de ter o toque de Merdas (é tipo o toque de Midas mas ao contrário).

Depois é bom ver que a equipa não sofreu golos. Depois de três jogos a sofrer golos daqueles que comprometem aspirações, é bom ver que conseguimos sair incólumes desta partida. Metade do trabalho está feito!

Prosseguindo, denoto que pouca gente tem denotado que conquistámos um ponto ao Porto na luta pelo título. Claro que podiam ter sido três. Ou até cinco, se considerássemos aquele empate estúpido com o Setúbal. Ou que a esses cinco se poderia ter pontuado no Dragão. Ou não perdido com o Braga. Bom, deixemo-nos de especulações, é um ponto conquistado numa altura em que já só oferecíamos pontos e vejo aqui um dedo da Velha Raposa, quando dizia que se não podes ganhar ao menos que empates. Está certo que é contra Tondela ou Setúbal, mas um ponto é um ponto e é melhor que nada e vice-versa. A última frase não fez sentido? Querem ver que a forma de jogar da equipa fez...

Outra coisa boa do jogo de ontem foi que não acabámos com três pontas-de-lança em campo, o que representa uma evolução táctica clara do Placa de Xisto. Claro que ainda tiramos o único médio que liga a defesa com os outros sectores para meter mais um tronco na frente. Mas desta, em vez de tirar Taraabt para meter o terceiro ponta de lança, Placa de Xisto optou por tirar o único ponta de lança que sabe controlar uma bola. Para mim, clara evolução táctica. Ainda no lote de evoluções tácticas, foi agradável de ver que afinal Pizzi não tem lugar cativo para os 90 minutos. Não que eu tenha descoberto por ver o jogo, uma vez que desliguei a TV por alturas em que saiu Vinicius, por achar que juntar Seferovic ao que estava a ser o jogo era demasiado masoquismo, mas porque vi nos resumos de hoje que afinal o Jota ainda é vivo. Compreendo porque é que Pissi ficou tanto tempo. Afinal havia a possibilidade de haver um penalti para falhar, ou um canto para marcar mal, ou um livre para cruzar para a linha lateral, ou apoio a defender para não dar ao Almeida. Tudo coisas em que Pissi se tem excedido nos últimos meses e que justificam plenamente a aposta continuada. Um jogador à imagem do seu treinador.

Pela minha parte, mal posso esperar pelo próximo jogo. Valeu a pena ficar em casa dois meses sem ver bola rolar. É deste futebol que todos tinhamos saudades. Agora se me desculpam, vou ali rever a masterclass de Xavi Hernandéz na manita que o Pep espetou no Mou, antes que aquela colher de café me queira arrancar os olhos!
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