terça-feira, 5 de março de 2019

 

“Dá garantias de golo, é difícil prescindir dele.”

 - - - Texto bem escrito por diogomgcruz, tuíte: https://twitter.com/diogomgcruz - - -

Esta semana ouvi o treinador do Barcelona a dizer isto sobre Luis Suárez (ou gordo, como eu gosto de lhe chamar com carinho). Quem o disse, desta vez, foi Valverde mas é algo que podia ter sido dito por centenas de treinadores e, especialmente, algo que é repetido incessantemente por adeptos: “Suarez não acerta uma recepção mas pode marcar a qualquer momento”, “Dost não participa no jogo mas marca”, “Marega nem correr sabe mas mete-as lá dentro”. 

Esta ideia de que o golo compensa tudo o que de horrível estes jogadores provocam na equipa é a idiotice mais repetida nas discussões sobre futebol. E passo a fazer uma pequena análise aos jogos do Suárez para demonstrar o quão idiota é essa perspectiva.
Desde logo, um facto evidente é que Suarez tem muitas oportunidades para marcar. Quando se tem uma equipa em que Messi, especialmente, mas também Dembelé, Alba, Coutinho ou Sergi Roberto, etc, participam na criação de oportunidades claras de golo, o normal é marcar. Muito mais anormal do que marcar, numa equipa como o Barcelona, é falhar tanto. Suárez, como se pode ver na tabela abaixo, já falhou esta época mais oportunidades claras de golo do que todos os seus colegas juntos. 

Suárez não só não faz mais do que aquilo que é a sua obrigação, quando marca os golos em oportunidades claras, como nem nessa obrigação tem sido propriamente eficiente. Porque, cada vez mais, nem sequer a marcar é bom. Esta semana, graças à performance de um artista que me parece ser o Luis Suárez da música portuguesa, falou-se bastante do clitóris e das suas funções. Ora, o Suárez é aquele amante que consegue encontrar o clitóris da sua companheira uma em cada quinze vezes. Mas que quando o encontra vai para o tasco gabar-se aos seus amigos dizer que a mulher nunca sentiu nada assim. Nas outras quatorze vezes, pelo menos tentou com muita intensidade e raça.

Suárez é a antítese de Messi. Messi cria muito e falha pouco. Suárez cria pouco e falha muito. 
E isso leva-nos ao segundo ponto, que é a participação jogo colectivo da equipa e na criação de oportunidades. Suárez é o jogador do Barcelona com menor eficácia de passe. Algo perfeitamente natural dada a posição do campo em que joga. É natural que os avançados falhem mais passes do que os defesas por jogarem com menos espaço e tempo para pensar. No entanto, basta compararmos as performances do Suárez com as de outros avançados de equipas de topo para perceber que algo não bate certo. Suárez faz poucos passes e falha muito mais passes do que outros avançados. Avançados esses que não estão a receber bolas do Messi.


Não precisaríamos destes dados para perceber que o Suárez é limitadíssimo em tudo o que é feito fora da área. Participa pouco na construção e, não raras vezes, quando solicitado pelos colegas, estraga jogadas em vez de os aproximar a eles e à equipa do golo. Suárez acaba ainda por ter bastante sorte nestas análises estatísticas, porque não há números que consigam explicar a quantidade de vezes em que recebe bolas redondas e as devolve “quadradas”, levanta a bola sem querer, devolve o passe para o sítio errado (mesmo que o colega ainda lhe consiga chegar). Qualquer compilação de lances de um jogo do Suárez terá certamente uma quantidade assinalável de execuções técnicas miseráveis. 

A questão, portanto, não devia ser quantos golos marca Suárez. Devia, sim, ser “quantos golos poderia ter o Barcelona se todos os jogadores tivessem qualidade técnica e inteligência para participar positivamente no jogo colectivo?” Devia ser “quantos golos teria o Barcelona marcado em Lyon se tivesse jogado com Benzema em vez de Suarez?”. 

Mas o Suárez marcou 2 (2 e meio, se calhar) ao Real. E pronto, acabou-se a discussão e o gordo é novamente um grande jogador. Ou talvez, analisando a exibição do Barcelona em Madrid, percebamos que a única coisa que Suárez (e o Varane) fez, foi concretizar uma oportunidade que era exigível a um avançado naquela posição, um penalti e, tudo o resto, foram duelos físicos. Não foi culpa de Suárez que o Barcelona tenha jogado como uma equipa pequena em Madrid, que se tenha dedicado a disputar duelos físicos, a sair com chutão para a frente e a abdicar da bola. Mas é certamente curioso que tenha sido logo neste jogo que Suárez se destacou. Se o jogo do Barcelona fosse o de provocar 30 duelos por jogo entre o avançado e os Casemiros desta vida, Suárez seria certamente o jogador perfeito para a equipa. Infelizmente para o Suárez, o jogo do Barcelona é o de toque curto, tabelas, capacidade técnica. E nisso, ele não é bom.

Por cá, é também nesse tipo de jogo de duelos e bola para a profundidade que se destaca Marega e era no “cruzabol” de JJ que se destacava o Dost. Futebol que resulta muito bem quando se defrontam equipas que defendem mal a profundidade ou abordam mal cruzamentos. A equipa cria umas dezenas de lances desses e o Marega ou o Dost lá marcam o seu golo. Ninguém repara que destruíram 10 jogadas promissoras por cada golo que marcaram. Pelo meio, ainda se elogia o jogador que cruza ou coloca na profundidade cada bola que recebe e, critica-se o espanholzito que levanta a cabeça e ousa tentar entrar no bloco adversário sem ser à bruta. 
Até ao dia em que aparece uma equipa que sabe defender com qualidade e obriga esses avançados a jogar fora da sua zona de conforto. E nesse dia, resta rezar para que o espanholzito leve a equipa por um caminho diferente, que escolha a qualidade na criação em vez da quantidade de bolas mandadas para a área. 
É mesmo possível ter um avançado a marcar 20 ou 30 golos por época sem que isso signifique que esteja a aproximar a equipa do sucesso. O golo é a melhor máscara que o futebol dá a este tipo de jogadores. Mas não é Carnaval todos os dias. 
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5 comentários:

  1. Ameba, tu és tão ridículo quando comentas(?) jogos em directo do Barça no twitter, que eu acho que tu mereces um busto.(Em 90 minutos, tens a extraordinária presciência de prognosticares um 6-0 para os culés apenas 20 minutos depois de já teres previsto que a equipa de Valverde iria perder por 0-2.) Feioso - a propósito, também acho delicioso quando tu, en passant, deixas a ideia de que tens namorada. Deixa-te de merdas, não enganas ninguém, wanker, um retardado como tu, e marrequito, peludo e quase careca, uma espécie de clone fisicamente do Zé ex-da Kátia Aveiro -, quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?

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    1. Isso é quase tudo verdadeiro e, acima de tudo, importante para a discussão.
      Mas, se calhar, pensando bem, o facto de tu estares aqui preocupado com o facto de eu ter ou não namorada e a imaginar a quantidade de pêlos que tenho no peito (eu, um gajo feio como o Suárez) quer é dizer que tu estás um bocadinho invejoso dos maus tratos que a bola recebe do Suárez e querias ter alguém que te tratasse a ti assim.

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  2. Marrequito, acho um bocado leviano da tua parte teres o desplante de utilizares à boca cheia a expressão "pensando bem". Mas, pêlo sim, pêlo não, acredito piamente em ti quando, humildemente, concedes que és feio - embora, a avaliar pêla fotografia que usas no Twitter, fotografia essa que agride impunemente qualquer alma sensível à estética, a comparação com o Suárez não passe de mais um delírio megalómano de um freak que julga ser lido pelos labregos do Olival.
    (Picarêta - foda-se, tenho um fascínio do caralho por acentos circunflexos -, não é sejam, é sede, meu grande filólogo da puta.)

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