domingo, 18 de novembro de 2018

 

"Com este treinador nem sei porque vamos buscar o Keizer..."

A bem e a muito mal, o Sporting lá se vai mantendo na luta em todas as frentes, tal como preconizado pelo seu ex-treinador, capitão marítimo e historiador mitológico, José Peseiro.

Já a crítica desportiva "científica", na qual este blog literalmente não entra mas arranha - como Battaglia arranha a bola - tinha alertado para o rumo sem nexo mas divino da equipa ao leme do capitão Peseiro. Tal e qual como as naus que saíram de Lisboa em direção à Índia há mais de 500 anos e acabaram por abarcar noutras paragens do outro lado do mundo. Pena terá sido que o capitão Peseiro infelizmente não passou do Cabo da Roca, situado perto de Azóia, isto é, muito perto de Lisboa.. "Bem bom!", diz Cintra após beber uma cerveja Cristal de 2005.

Após o seu despedimento, o qual foi muito repentino e apanhou a opinião pública desprevenida, o Sporting sofreu do efeito mourinho. O efeito mourinho caracteriza-se por uma aura emanada por todos os treinadores interinos, quer eles tenham noção dela ou não, que tem como fim garantir resultados através do futebol menos exigente possível, pois os futebolistas, já fastidiados pelo trabalho ou a falta dele do treinador anterior, não podem apresentar mais.

É, de facto, uma missão agridoce. Por um lado, apresentar um futebol rudimentar. Por outro, ter resultados. Tiago Fernandes, auto-proclamado sabichão da modalidade de jogar à bola, com a sua aura mourinhesca, apresentou resultados. E muito bem, diga-se. Vitória arrancada a ferros contra o Benfica dos Açores e uma violação negada ao Arsenal num jeitoso empate a zeros. Por último, outra vitória com muito suor, sorte e favorecimento à mistura frente ao Chaves com ideias interessantes de Daniel Ramos, sobretudo no plano ofensivo (menção especial para o grande golo de Niltinho).

Varandas a demonstrar trabalho e liderança. Mesmo com Tiago Fernandes a produzir resultados que dada a história recente são excelentes, o presidente, até à pouco aprisionado pelas decisões da comissão de transformação, começa a mexer-se e a contratar staff para impôr a sua visão no clube. Após alguns ex-jogadores fazerem parte da direção técnica, Varandas contrata alguém que respira o futebol total de Cruyff, Marcel Keizer Soze. Porque não o novo Mourinho? Passo a explicar o raciocínio.

O novo carecão do Sporting, embora com um currículo parco em conquistas, apresenta ideias modernas para um tipo de futebol espetáculo que há muito se anseia em Alvalade. É claro que vir do Al-Jazira, tal como o saudoso Vercauteren, não inspira muita confiança por parte dos mais céticos mas é apenas uma reação normal à nova reformação política e desportiva deste novo mas com cheiro a velho Sporting, o Varandismo. É dar tempo ao tempo, mas as semelhanças são muitas com os ciclos de regeneração e declínio que assistem ao Sporting há mais de 40 anos.

De Keizer, podemos esperar disciplina e futebol ofensivo, de construção a partir do guarda-redes - não que Renan se evidencie propriamente pelo seu jogo de pés mas Mathieu estará por perto -, com acutilância e imprevisibilidade ofensiva. O jogo interior será beneficiado, embora Keizer não abdique de explorar os espaços nas alas. Falta por saber se aposta em 4-4-2 ou em 4-3-3 mas acredito que será a última pois os laterais do Sporting não apresentam qualidade acima da média, principalmente na ala direita.




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1 comentário:

  1. menção especial para o grande golo de Niltinho... como, mais uma daquelas: merdas que só acontecem ao Sporting

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