Como já foi possível ler neste blogue, é da nossa opinião coletiva que o futebol praticado em Portugal fica muito aquém do que podia e devia ser. As constantes críticas ao picaretismo evidenciado pelos jogadores só devem ser suplantadas pelo picaretismo-mor dos treinadores.
É claro que é fácil criticar quando não estamos no local, a enfrentar vicissitudes do contexto inserido. Mas é igualmente da nossa opinião que esse contexto só é adverso muito por culpa própria dos intervenientes do jogo no nosso país; não será certamente e puramente criado através de caricatas situações do destino, inevitáveis do ponto de vista humano, com génese mitológica.
Vem a esta situação a qual eu considero factual que o picaretismo em Portugal não só é existente, como exacerbado, alimentado e justificado pelos seus intervenientes. Como mais recente exemplo, temos o treinador de um dos principais clubes portugueses, FC Porto, que com as suas declarações mostra o que pensa acerca do resultado e do jogo propriamente jogado.
Refere Sérgio Conceição que “para quem diz que o FC Porto se precipita na posse e circulação de bola, estão enganados. Se querem espetáculos que vão ao Coliseu ou ao Teatro Sá da Bandeira. Aqui é um jogo de homens, competitivo. Por vezes tem-se 70 por cento de posse bola, noutras 50. O que conta é que no último ano ganhámos o campeonato e queremos revalidar o titulo”.
Ênfase na última frase “o que conta é que no último ano ganhámos o campeonato e queremos revalidar o titulo”. Sim Sérgio, o que conta no fim é isso. Mas nessa cabecinha dura devia contar ainda mais como lá chegas. Se chegares bem lá, o título assume uma dimensão superior para lá do simples facto que foste o primeiro na classificação, independentemente do facto que em Portugal ninguém foi melhor.
Aliás, só por esse pequeno detalhe o campeão devia-se destacar para diferente, para melhor e não foi isso que aconteceu. O jogo ultra físico evidenciado pelo Porto foi/é tudo menos uma ode ao bom futebol, isto é, o jogo do domínio do adversário através do elemento mais importante do jogo, a bola.
Ora vem isto a propósito do título deste post. O problema que assola o futebol português e pelo qual este nunca passará da segunda divisão europeia – refiro-me à sua liga e não à sua seleção mas também haveria muito a dizer sobre ela, é que os principais clubes obtém resultado positivos independentemente de como jogam. Os grandes ganham, bem ou mal, justificando assim como lá chegam e os pequenos tentam copiar. O fim justifica os meios. Quando perdem pontos, ou terá sido devido a intervenção forasteira nos bastidores ou devido ao árbitro. Nunca mas mesmo nunca é referido o futebol podre, aborrecido, apático e por vezes amador com que jogam.
Com Peseiro no Sporting, o picaretismo assume uma dimensão muito preocupante. Estamos a falar de uma equipa que ao fim de 6 jornadas, tem 9 golos marcados, três de penálti e uns quantos de bola parada; que tem 4 golos sofridos e são feitas odes ao comportamento defensivo exemplar, mas depois o primeiro classificado tem mais 6 golos marcados e apenas mais dois sofridos, e não só joga melhor, como vai em primeiro.
Uma equipa na qual o seu treinador continua a referir que está tudo bem, que caminham para um futuro sorridente mas depois apresenta esta pérola a evidenciar os tais factos sobre-humanos e mitológicos que assolam o futebol português: “Foi o nosso primeiro desaire, o resultado mais negativo, mas sabemos como perdemos. Vi o jogo e no dia seguinte pensei se tinha estado no jogo pelo que li nos jornais. Vi o jogo duas vezes. E o que vi foi que fomos a equipa com mais oportunidades de golo, mais remates, o guarda-redes adversário foi considerado o melhor em campo e quisemos vencer o jogo. Em nada fomos inferiores e sentimos que a derrota nos belisca. Em todos os números, não fomos inferiores. Podia ter dado outro resultado, mas não deu. É futebol.”
Ou seja, o futebol é do mais rudimentar que possível como descrito noutros posts mas “em todos os números, não fomos inferiores. Podia ter dado outro RESULTADO, mas não deu. É futebol.”
É esta dissonância cognitiva que atrasa o futebol português. A incapacidade para analisar porque é que mesmo ganhando na maior parte das vezes nem sabem bem como, quando perdem não conseguem encontrar uma explicação lógica, refugiando-se nas estatísticas e na dimensão aparentemente aleatória do jogo como se fosse um sorteio do Euromilhões.
Epá, isto assim não vai lá. E depois no fim só ganha um, o menos mau, como na época passada. Não o muito melhor, o superior em todos os aspetos, o bom. Apenas o menos mau. E assim vai andando o futebol português, nas ruas da amargura, com alguns laivos de qualidade aqui e acolá mas nada materializado. E com muita choradeira pelo caminho.
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