terça-feira, 18 de setembro de 2018

 

Heróis Injustiçados (1)

Hoje iniciamos uma rubrica dedicada ao herói injustiçado.

Aquele jogador que, por ter nascido na época errada, não ascendeu até ao Olimpo como merecia.

Errada porquê?

O Futebol, principalmente através do José Mourinho v1.0 e Guardiola, cresceu, em termos qualitativos, de forma grandiosa.

Se anteriormente, o treino era essencialmente físico e a grande parte dos automatismos colectivos (obrigado Gabriel Alves) focavam-se nas bolas paradas, após a revolução criada por estes dois treinadores o jogo tornou-se muito mais completo e complexo, enaltecendo o jogador que pensa o jogo em termos colectivos e não numa componente de visibilidade pessoal.

Hoje, esta rubrica vem enaltecer aquele que é, na minha opinião, o jogador tecnicamente mais dotado que Portugal formou pós anos 80.

Falo-vos, ladies and gentlemen, de Pedro Barbosa.

Acusado de ser gordo, lento, pastelão e apreciador de pastelaria Francesa, Pedro Barbosa era um génio de um fôlego inacreditável.

A acrescentar a uma técnica absolutamente cintilante, tinha um entendimento dos momentos do jogo absolutamente extra-terrestre, uma capacidade de decisão de topo e um sentido colectivo único.

Nunca passou do Grande Sporting, foi sempre ostracizado na seleção exactamente porque o futebol não estava preparado para este tipo de jogador, que emulasse, em campo, o célebre aviso das linhas dos comboios: Pare, escute e olhe.

No futebol actual não tenho qualquer tipo de dúvidas que o Grande Barbosa teria lugar em qualquer equipa do mundo e seria titular da selecção Portuguesa, e sinto-me um enorme privilegiado por ter assistido a todo aquele repertório de entendimento futebolístico.

Fica um pequeno vídeo para os que não puderam ver ao vivo:



Mas isto é um blog sobre PICARETAS.

Ao mesmo tempo evoluía um jogador no Futebol Clube do Porto.

Era a personificação dos anos 90, raça, velocidade e uma técnica básica mas que servia para o nível do Futebol Português.

Mas era burro, um cepo, um calhau, um dólmen de proporções épicas no que ao entendimento do jogo concerne.

É vergonhoso olhar para trás e perceber o pouco evoluído que era o futebol nestas épocas e resta-nos pedir desculpas por Picaretas como Carlos Secretário terem sido preferidos, em mais que uma ocasião, a jogadores na verdadeira acepção da palavra, como Pedro Barbosa.

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