Aquele jogador que, por ter nascido na época errada, não ascendeu até ao Olimpo como merecia.
Errada porquê?
O Futebol, principalmente através do José Mourinho v1.0 e Guardiola, cresceu, em termos qualitativos, de forma grandiosa.
Se anteriormente, o treino era essencialmente físico e a grande parte dos automatismos colectivos (obrigado Gabriel Alves) focavam-se nas bolas paradas, após a revolução criada por estes dois treinadores o jogo tornou-se muito mais completo e complexo, enaltecendo o jogador que pensa o jogo em termos colectivos e não numa componente de visibilidade pessoal.
Hoje, esta rubrica vem enaltecer aquele que é, na minha opinião, o jogador tecnicamente mais dotado que Portugal formou pós anos 80.
Falo-vos, ladies and gentlemen, de Pedro Barbosa.
Acusado de ser gordo, lento, pastelão e apreciador de pastelaria Francesa, Pedro Barbosa era um génio de um fôlego inacreditável.
A acrescentar a uma técnica absolutamente cintilante, tinha um entendimento dos momentos do jogo absolutamente extra-terrestre, uma capacidade de decisão de topo e um sentido colectivo único.
Nunca passou do Grande Sporting, foi sempre ostracizado na seleção exactamente porque o futebol não estava preparado para este tipo de jogador, que emulasse, em campo, o célebre aviso das linhas dos comboios: Pare, escute e olhe.
No futebol actual não tenho qualquer tipo de dúvidas que o Grande Barbosa teria lugar em qualquer equipa do mundo e seria titular da selecção Portuguesa, e sinto-me um enorme privilegiado por ter assistido a todo aquele repertório de entendimento futebolístico.
Fica um pequeno vídeo para os que não puderam ver ao vivo:

Mas isto é um blog sobre PICARETAS.
Ao mesmo tempo evoluía um jogador no Futebol Clube do Porto.
Era a personificação dos anos 90, raça, velocidade e uma técnica básica mas que servia para o nível do Futebol Português.
Mas era burro, um cepo, um calhau, um dólmen de proporções épicas no que ao entendimento do jogo concerne.
É vergonhoso olhar para trás e perceber o pouco evoluído que era o futebol nestas épocas e resta-nos pedir desculpas por Picaretas como Carlos Secretário terem sido preferidos, em mais que uma ocasião, a jogadores na verdadeira acepção da palavra, como Pedro Barbosa.

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