domingo, 10 de março de 2019

 

A Democratização do Mau Futebol?

Escrevo este comentário a propósito da quantidade assoberbante de baboseiras que José Manuel Ribeiro escreveu na edição do dia nove de março do jornal "O Jogo".

A sua crónica é um conjunto mal amanhado de falácias e argumentos redundantes que em nada contribui para o debate sobre o que distingue o bom do mau futebol.

Por infelicidade sua e para descrever o que para ele significa um bom jogador num bom futebol, exemplificou através de um jogador bem conhecido e amado pelos adeptos picaretas em Portugal, Marega. Novamente infeliz, associou o "desprezo" atribuído pelos adeptos do bom futebol - naturalmente bem justificado porque Marega em quase nada personifica a inteligência e a destreza técnica exigidas a um profissional da bola que se considere MUITO valioso - a regimes totalitários e a eventos do Holocausto.

Ora isto não é só a utilização parva de uma falácia que se denomina de Reductio Ad Hitlerum, isto é, para denegrir o contributo opinativo valioso de pessoas que realmente gostam de BOM futebol - situação que, pessoalmente, e tendo em conta a crónica, creio que não se aplica ao cronista - e detém uma opinião negativa sobre o contributo de Marega, José Manuel Ribeiro associa a opinião dos eruditos sobre Marega à situação de um judeu durante o regime nazista: "Tinha, e terá sempre, uma estrela de David bordada no equipamento." Afirmação deprimente e que nada acrescenta.

Prosseguindo, o problema do autor da crónica é não perceber que, jogando bom futebol, a probabilidade de vencer o adversário aumenta. É claro e natural que é POSSÍVEL vencer um jogo de futebol, com base a defender durante noventa minutos com duas linhas de cinco jogadores atrás da linha do meio campo, lançando contra-ataques venenosos como de "emboscadas" se tratassem. Ou através de um autogolo. Ou através de uma bola parada. Até mesmo a "petitezar" o adversário. Claro que sim. Ninguém diz o contrário, senhor Ribeiro.

Mas não, não há "um milhão de maneiras de jogar" BEM. Existe sim o jogar bem e, em sua oposição, o jogar mal. Democratizar o jogar mal só destrói o espetáculo que o futebol deve ser. Só denigre e desvaloriza a indústria que emprega milhares de pessoas em Portugal e que tantas paixões e emoções move nas pessoas.

E de que "superioridade moral" refere o cronista? Moral? Não se trata de superioridade moral nem ética nem coisíssima nenhuma que se invente para embelezar textos e dar uma ideia de conhecimento que não existe. Marega tem qualidades: fisicamente é muito forte, dos mais fortes da liga; é um "aríete" que destrói, num bom dia, qualquer defesa que não sabe defender. Mas muito, muito longe de poder criar algo, isto é, algo bom, brilhante e espetacular.

Este tipo de jogadores são facilmente anulados porque apresentam um tipo de futebol unidimensional. É ver o último jogo entre FC Porto e SL Benfica. É ver e tentar perceber no que é que Marega efetivamente acrescentou ao jogo do Porto que qualquer outro jogador, que personifique em campo as referidas inteligência e destreza técnica, não pudesse acrescentar.

Esta democratização do mau futebol e do mau ou menos bom jogador tem que parar, urgentemente. Não, não são todos iguais nem acrescentam o mesmo. Há bom futebol e há mau futebol. E há maneiras de distinguir isso para além de "memórias" do Holocausto e regimes totalitários. 

P.S: extra internet points para quem souber identificar o que quer dizer "petitezar".
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5 comentários:

  1. Oh douala, só para dizer que o Moussa marca à 6 jogos consecutivos na champs, cepo o caralho!

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    1. O Ronaldo só tem um golo na Champions, ou seja, Marega > Ronaldo? /s

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  2. Este post esta ao nivel do penalti do bessa:
    E PRECISO AJUDAR O SPORTING.

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    1. Não percebo a correlação entre o que disse e a temática do post mas é verdade, o Sporting precisa de muita ajuda.

      Pica Douala

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  3. Pois é 'petetizar' será por certo jogar à moda do Petit !...o único que os teve no sítio para por o Jorge Costa e, sobretudo, o Paulinho Santos em sentido !...

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