domingo, 27 de janeiro de 2019

 

Sporting: A consistência do impensável

Boa tarde leitores,


O Sporting é, de todos os 3 grandes clubes Portugueses, o que possui características mais... peculiares.

Somos o clube que menos ganha no Futebol Sénior, o que possui, desde sempre, a massa associativa mais fracturada e um índice de auto-estima mais baixo, o que nos faz ser sempre mais críticos dos nossos jogadores/treinadores/presidentes do que a média dos adeptos dos outros Clubes.

Possuímos aquela aura inexplicável do "isto vai estoirar a qualquer momento", criando um medo quase cénico quando a responsabilidade aperta.

E a realidade é que estoiramos, de forma consistente, com jogadores, treinadores e Presidentes a cada 4 anos, sempre num rollover de expectativas que nos faz sentir em carne viva.


Esta introdução vem a propósito da recente vitória na taça da Liga.

O Sporting enfrenta a final-four no período de menor entusiasmo do Reinado Keizer, a jogar cada vez pior, a marcar menos golos mas a sofrer os mesmos.

Estávamos na fase terminal do Rollover motivacional, em que todos os Sportinguistas esperavam uma débacle monumental contra o Braga, permitindo aos nossos adeptos, sempre sequiosos de um reinício, poder subir a curva da expectativa com uma qualquer mudança dentro do plantel ou corpor técnico do Futebol.

É esta consistência de comportamento que nos torna tão especiais e um clube tão difícil, onde o impensável está sempre ao virar da esquina e à espera de derrubar a porta de entrada, com estrondo, para gáudio de todos os adeptos, do Sporting e restantes clubes, ainda que por razões diferentes.

Então, perguntam vocês, o que caralho é que aconteceu nesta final four? desafiámos o nosso prório fado?

Nada disso, quem vive um Clube como o Sporting, dentro da consistência do impensável, sabe perfeitamente que estes momentos são os parágrafos entre duas linhas de uma carta de suicídio.

Esquecendo o jogo com o Braga, já aqui escalpelizado, esta final é também consistentemente impensável.

O Porto tinha mais um dia de descanso, tem jogadores mais fortes nos duelos e está muito mais motivado pela classificação em que se encontra. Joga mal que se farta, tem um modelo que prejudica os seus melhores jogadores, mas para Portugal chega perfeitamente, tal é a pobreza franciscana do nosso futebol.

O Sporting está todo roto, em decréscimo de confiança e sem grandes resquícios do bom futebol apresentado após a entrada de Keizer.

No entanto, na primeira parte fomos muito mais fortes, subimos um pouco as linhas de pressão e a total falta de capacidade deste Porto veio ao de cima.

Claro que, após os 55 minutos, a equipa deu um estouro monumental, permitindo ao Porto subir as suas linhas e começar a enfiar charutos para dentro da área, sem grande elaboração, sem grande qualidade, mas dando uma ideia de domínio que efectivamente foi materializado num frango do Renan.

Num assomo de raiva, a equipa do Sporting foi para cima do Porto e em 10 minutos criou situações em que o Porto, com todo o seu poderio físico, não conseguia resolver, por efectiva falta de qualidade colectiva a defender.

O jogo foi para penalties e os jogadores do Porto, invejosos da prestação do Braga, acharam que deviam mostrar ao Clube anfitrião da Taça da Liga como se perde um duelo nas Grande penalidades.

Assim foi, parabéns ao Sporting por duas razões, por este título, claro, e por consistente no impensável:

Uma taça a jogar com Jefferson a Def. esquerdo e Petrovic a central...





Picareta Oceano
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