quarta-feira, 23 de outubro de 2019

 

Até agora foi a brincar, a partir de agora é que é a sério.

No lançamento do jogo de mais logo Bruno Lage diz que é importante o Benfica somar pontos para poder entrar na competição. Claro que compreendo que o treinador quer dizer que esses pontos permitem ao Benfica entrar na discussão pela classificação final do grupo, mas não consigo evitar reflectir no que aquele "entrar na competição" quer dizer.

Porquê a necessidade de se dizer "entrar na competição" e não o mais costumeiro "discutir a qualificação"? Até se poderiam fundir e dar um "entrar na discussão". As palavras não são inocentes e por vezes estes deslizes com um microfone à frente dão-nos uma visão do que vai na mente de quem as profere. Nós aqui que não vivemos disso e dizemos umas bordoadas de vez em quando bem o sabemos!

Se tivesse de apelar ao meu sentido de medium, eu diria que alguém aproveitou a pausa das selecções para dizer a Bruno Lage que afinal as competições europeias têm de servir para algo mais do que rodar a equipa. Diria que chegámos à fase em que se acaba a postura de "pobrezinhos mas honrados". Eu gostaria de pensar que sim, que agora é que é a sério e o Benfica vai buscar 6 pontos com o Lyon, limpa o Zenit para mais 3 e com jeitinho consegue um empate em Leipzig para fazer os 10 pontos que lhe permitem voltar a competir na Europa em Fevereiro, na pior das hipóteses na por enquanto Segunda Divisão Europeia, também conhecida por Liga Europa!

Face ao que se tem visto em campo, naturalmente que este cenário é de um optimismo regado com doses insanas de desprendimento com a realidade, ou bem alimentado a substâncias que aconselham distância das autoridades. Não que o resultado do jogo da Taça frente ao Cova da Piedade tenha sido mau, mas se a defesa se permitir na Europa as veleidades que deu à equipa da Segunda Liga na primeira parte desse jogo, temo que ao intervalo nem um golo de ressaltos dê para disfarçar o que se passou. Depois resta saber se a equipa vai entrar em campo com menos um ou dois jogadores.

A convocatória de Jardel abre espaço à sua titularidade e neste caso vamos passar a primeira meia hora a tentar perceber se ao Benfica falta só um defesa, ou se para lá de não ter esse defesa ainda há um jogador adversário a mais em campo, como no jogo frente ao Zenit. 

Algo que o jogo frente ao Cova da Piedade deu para perceber é que de Tomás ainda não está curado da nervoseira de ter de marcar golos. Assim sendo urge questionar uma série de coisas: onde anda o acompanhamento psicológico dos jogadores; como está a comunicação entre equipa técnica e o jogador; que tipo de trabalho específico está a ser feito com ele para o adaptar a novas funções; será que há um pedido para executar novas funções; será que o jogador não deveria ser um pouco protegido nesta fase; será que afinal 20 milhões pesam demasiado para aquilo que pode dar e, se for este o caso, quem foi o génio que achou que era necessário um de Tomás e um Vinicius como reforços?

Já que falei de Vinicius e uma vez que o Benfica não tem nada a perder e tudo a ganhar do jogo de mais logo, está na hora de o Sr. 17 Milhões ir a jogo em vez do perdulário queijo Suíço que tem jogado. Ou, como Lage disse, como o Seferovic marcou muitos golos o ano passado a sair do banco (e pelo menos um este ano), é deixá-lo fazer a sua magia da mesma forma. De resto a melhor notícia do dia é mesmo que pode estar de volta a dupla Tino-Gabriel. Com o Português a recuperar a melhor forma, nada como um jogo da Champions para ganhar ritmo! A vantagem desse meio campo é que pode deixar Taraabt para funções mais criativas com bola, e menos tarefas abnegadas sem ela, como segundo avançado.

Por hoje não me ouvirão falar de Zivkovic e de uns zunzuns sobre falta de profissionalismo e mercenarismo parental. Se Lage, que conseguiu recuperar Taraabt, que disse do Benfica o que Maomé não disse do toucinho, e que havia mesmo sido proscrito pelo Presimente, não consegue fazer nada dele, é porque não há mesmo nada para fazer. Até porque, ao contrário de Taraabt e Svilar, nem à B pode ir para se ver o que se passa. E só faria sentido questionar a gestão de plantel se houvesse necessidade de qualidade no centro do terreno. Ou nas alas. Ou com bola. Nada que Ziv com o seu excesso de peso e bocas foleiras na imprensa alguma vez tenha demonstrado de resto.
Partilha noutros estaleiros:

0 martelanços:

Enviar um comentário