terça-feira, 20 de agosto de 2019

 

Quid est VARitas.

Perdoar-me-á o Senhor usar uma alegada citação de Pôncio Pilatos como título deste post, mas servir-me-ei do jogo do Jamor entre o Codecity B Sad e o Benfica para tecer algumas considerações sobre o VAR.


Desengane-se quem pensa que venho aqui malhar no VAR por estar de folga quando uma falta terá sido cometida sobre Rafa. O mais certo era chamarem o Esferovite a marcar o correspondente pénalti e o gajo afundar um cacilheiro na Trafaria.

Não, o lance que me leva a falar contra e a favor do VAR é mesmo o hino ao futebol que o Xistrema do Varíssimo anulou.


Ponto prévio, aceito a anulação apesar de não concordar com ela. Como sou adepto assumido da equipa que o marcou tenho imensa facilidade em encontrar desculpas para que o golo não devesse ser anulado. A primeira é logo que um golo de Seferovic é uma ajuda a que alguém pegue nele. A segunda é que, todo aquele golo é um monumento ao futebol, coisa que o futebol português necessita desesperadamente. Finalmente poderia tecer algumas considerações sobre o facto de o jogador a quem é assinalado o centimétrico fora de jogo não usufruir da vantagem da sua precisa posição e apenas ter real internvenção no lance quando, já em jogo e no meio de mais de metade da equipa adversária, empurra a bola para o fundo das redes.


Factualmente o jogador está fora de jogo e manifesta intenção de disputar o lance. Aceita-se a anulação da jogada. Agora, não usufrui de forma alguma de vantagem e apenas participa na jogada para empurrar a bola. Levantam-se então as perguntas "o que é uma jogada de golo" e "quão atrás é preciso puxar o lance". Mas tudo isto é conversa de adepto na bancada e está longe do que me leva a escrever sobre a VARdade. Apenas porque o Benfica ganhou, claro!

O problema maior do lance é que, pior do que entrar na categoria de orgasmo falhado (para quem não sabe o que é, pesquise por ruined orgasm num computador que não o do trabalho, cof cof), demonstra a incompetência do lado humano do VAR. O problema de tudo aquilo foi a demora de mais de 5 minutos para se chegar à conclusão que se ia anular a jogada.

5 minutos de um circo triste, que toda a gente já sabia como ia acabar. Como é que todos sabíamos? Porque quem seguia a transmissão televisiva teve oportunidade de ver mais de três repetições, sem linha científica e o caralho, em que se via o adiantamento ligeiro do Suíssinho do Benfica. Cinco minutos é mais do que tempo para o VAR olhar para um lance e dizer ao árbitro de serviço "há dúvidas, revê" ou "não há nada valida". Por incrível que pareça, face a como se desenrolou a jogada, ambas as opções seriam tecnologicamente correctas. O problema é o factor humano. E se em países como Holanda e Alemanha, à medida que o VAR vai sendo um facto consumado a conversa sobre o mesmo e como "estraga o futebol" vai desaparecendo, noutros como Portugal a conversa nunca desaparece. E não desaparece porque os árbitros, o factor humano da coisa, não querem que desapareça.

A dupla do Jamor era composta por Xistrema e Varíssimo. A tentação era dizer que estávamos a um Hugo Maccron como quarto árbitro de ter o trio maravilha anti-Benfica. Só que Xistrema e Varíssimo são tão maus que a dúvida não é como arbitram jogos primodivisionários, é mesmo como são autorizados a arbitrar algo mais do que jogos do campeonato do Inatel. E são estes maus profissionais que estão encarregues de usar o VAR. No podcast do Benfica FM #79 é dito que o problema do VAR em Portugal é como se a Ferrari desse as chaves de um carro a um azelha. O jogo do Jamor foi mais uma demonstração de como essa analogia é perfeita.


+


+ Rafa. É o motor da equipa. A coisa mais parecida com a reencarnação de JVP. O toque de magia agora que #Pistolas se foi e Félix já não é.

+ Floren e Tino. É o carro vassoura do meio campo. Um Fejsa com pés no lugar de tijolos. Está tão omnipresente que decidi escrever o nome dele como se fosse a nossa dupla do meio campo.

+ Pizzi. O cérebro. Compensa o que não dá defensivamente com doses generosas de criatividade e passes que mais ninguém vê.


Seferovic. O único elogio que lhe pode ser feito é que para central do Codecity Be Sad foi imensamente eficaz a parar o ataque encarnado. Pois...

Nuno Tavares. Demostrou frente aos azuis da Be Sad que o treino tem limitações. Não fez uma assistência magistral com o seu não-pé direito porque não calhou. Se calhar contra os azuis às riscas era bom termos alternativas...

Samaris. Não se viu. Poderia soar a elogio, mas ficarmos com a sensação que a dupla de meio campo é composta por Floren e Tino quer dizer que alguém anda a falhar.
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2 comentários:

  1. Quase que é caso para dizer que é mais o que nos une que o que nos separa...

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  2. Belo post! Uma jogada à Guardiola que dê golo tem que ser sempre validada - porque não foi incluída esta frase no protocolo do VAR?

    O Lage tem é que acabar com este jogo de pôr o Seferovic a jogar no lugar do Raul de Tomás e este no lugar de Chiquinho...o RDT, que sempre mostrou algum desconforto naquela função, começa agora a acrescentar sinais de frustração e ansiedade por marcar, que estão a prejudicar o seu jogo. Muitos benfiquistas já o começam a queimar em lume brando - se o Lage não se despacha a pô-lo no seu lugar (é um 9 puro), teremos novo Ferreyra...

    RDT a 9 e Chiquinho nas suas costas, para ontem (ok, pode ser só para sábado)!

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