Os grandes tomates iluminados pelas saudades de Rui Vitória.

O clima de festa que se instalou na Luz no último Sábado parecia uma consequência de uma inevitabilidade. E se quase todos sabíamos que no fundo esse campeonato iria acontecer, alguém se esqueceu de mandar a mensagem à equipa do Santa Clara. Sim, esta crónica sobre o título começa pelo último adversário. Um adversário que sai vergado a um 4-1 enganador, por aquilo que fez no jogo, onde foi sempre mais equipa, com boas ideias, mas com uma incapacidade de concretização tremenda. Arrisco dizer que não mereciam perder o jogo, e se o ganhassem seria injustamente justo.

Seria justo para um clube que mereceu representar #acoresdeprimeira, e que a praticar este futebol, com intérpretes de outro gabarito, merece lutar pela Europa. E seria ao mesmo tempo injusto para uma equipa que há quatro meses estava arredada do título e a jogar um futebol que fazia a liga do Inatel parecer a Champions, e que chegava a esta última jornada a depender apenas de si para o arrecadar. Se no Sábado era o Golias que entrava no relvado, há quatro meses era um David depois de uma noite de copos num bem recheado bordel Filistino. Desta antítese da justiça injusta nascem as dúvidas sobre o futuro do Benfica, mas para falar desse futuro, debrucemo-nos no presente e no passado recente.

Quem ouvisse as declarações do Presimente no balneário, mencionando os seus tomates e capacidade de tomar decisões, o Presimente debruçou-se em mais um exercício Orwelliano de Novílingua, uma postura que só encontra paralelo nas comunicações de estados absolutistas em que é importante que se passe uma imagem de um líder que nunca se engana e raramente tem dúvidas e que não faz planos quinquenais que falhem, só demoram mais a serem compreendidos.

Se alguma coisa, o discurso do Presimente no balneário não bate com a fase em que ele tomava decisões com base nas luzes que via. Provavelmente nessa noite alguém lhe deu um pontapé nos grandes com tanta violência que ele até viu as ditas. E se o Mundo Benfiquista, em menos de três jogos, percebeu que a frase "ainda vão ter saudades de Rui Vitória" só faria sentido para os adversários, poucos se terão esquecido que o Presimente do Tomate Recauchutado se referia ao Mundo Benfiquista.

Um presimente que não sente o clube e só se serve dele para efeitos de protecção própria, que encheu o clube de parasitas e sanguesussgas como ele e que deveria aproveitar e sair na mó de cima. E aí mete-se um dilema. Empresa por onde tenha passado, é empresa que não sobrevive à sua saída, de tão genial é a sua gestão de activos recauchutados. O último clube de que foi Presimente ainda hoje sofre com isso. Será isso que se quer para o Benfica? É que o Parceiro Preferencial já anda por aí a rondar, e até já é preferencial também no lado Norte da Segunda Circular, para não falar do lado Norte do Douro, onde nunca deixou de ser Parceiro Priveligiado.

O parasitismo vieirista no Sábado deviam causar vergonha. Ver a Criatura que tudo fez para que este título não acontecesse, que desaparece nas horas difíceis e usa treinadores como colete de balas, a colar-se a um triunfo que não quis, por motivos de amizades, e não trabalhou para conseguir, é um insulto. Um insulto ao Benfiquismo e à memória. Falar de coragem para tomar decisões? Qual coragem? A das luzes? Falar de tomates? Quais tomates? Os de deixar treinadores sozinhos a falar de casos extra-equipa? Os de encher o clube de parasitas? Então e as saudades de Rui Vitória? A saudade é tanta que nem sequer o menciona? Porquê?

Caro Presimente, a sua colagem estragou-me a festa. Ganhe tomates, vá para casa e leve a corja consigo.